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Introdução aos REITs
POR
Daniel Malheiros (Malheiros_RBR)

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Publicado em
18 / 05 / 2020
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Gestor da RBR Asset Management
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Nas últimas semanas, fomos acessados por diversos investidores a respeito dos REITs (Real Estate Investment Trust) nos EUA, veículo equivalente aos FIIs no Brasil. A forte queda dos REITs, que atingiu 35% neste ano, a apreciação do Dólar frente às demais moedas, o baixo patamar de juros nos EUA e mundo, e outros fatores foram os motivadores desse interesse. Decidimos escrever esse artigo para apresentar, em linhas gerais, o mercado norte-americano de REITs e o seu momento atual.


O valor de mercado dos REITs nos EUA totaliza mais de US$ 1 trilhão (aproximadamente 50 vezes maior que o mercado brasileiro de FIIs), e é acessado por mais de 20% da população norte-americana. Todavia, diferentemente do Brasil, onde os investidores pessoas físicas investem diretamente nos REITs, o grande player desse mercado norte-americano é o investidor institucional (correspondente a 80% do mercado) que em sua grande maioria é representado pelos fundos de pensão, seguradoras e ETFs (Exchanged-traded Funds), de tal forma que a participação das pessoas físcias no mercado de REITs é realizada de forma indireta.


Mercado de REITs
Fonte: NAREIT e RBR Asset Management

Há cerca de 220 REITs no mercado americano. Enquanto há REITs com valor de mercado de dezena de bilhões de dólares como a American Tower (AMT) de $ 100 bilhões e Prologis (PLD) de $ 80 bihões, há outros de menor porte (menor que $ 1 bilhão). Importante notar que mesmos os REITs de pequeno porte são maiores que os grandes fundos imobiliários do mercado brasileiro. Os investimentos estão distribuídos nos mais diversos segmentos imobiliários: residencial, comercial, indústrial infra-estrutura (torre de celular), data center, timber (ativos florestais), sênior-living, diversified (casino, estação ski, cinema, etc), e a distribuição é bem diversificada:


Composição do mercado (M US$)
Fonte: NAREIT e RBR Asset Management

Outro aspecto interessante e que difere dos FIIs locais é a estrutura de capital. Os REITs na média possuem alavancagem financeira confortável, cerca de 40% sobre seu ativos, e índice de cobertura de dívida superior a 2,5 vezes. Se por um lado a alavancagem financeira dá maior dinamismo na gestão dos REITs em busca de ampliar o retorno em momentos de crescimento econômico, por outro adiciona um componente de risco adicional na estrutura, podendo gerar maiores perdas em momentos mais turbulentos – dinâmica essa diferente dos FIIs, que não são autorizados a se endividar.


A estrutura organizacional de um REIT é muito similar a uma empresa de properties que negocia na Bolsa brasileira. Isto é, possuem toda uma estrutura de pessoas e despesas de uma empresa operacional, como áreas jurídicas, comercial, marketing, financeira, entre outras.


A gestão do REIT é realizada por um time de executivos, e não por uma gestora contratada, sendo tais executivos remunerados por salários, bônus e stock options. Um REIT eficiente é conhecido por ter despesas de pessoal inferior a 0,20% do valor de mercado. Há também uma forte governança corporativa com presença de conselhos independentes no Board, também remunerados, e que supervisionam os executivos dos REITs.


Performance Histórica REITs vs S&P (20 anos)
Fonte: NAREIT e RBR Asset Management

Os REITs oferecem uma boa relação risco/retorno. Historicamente, ao olharmos uma janela de 20 anos, entregaram um retorno acumulado superior a todos os benchmarks, inclusive em relação ao S&P 500, como podemos observar no gráfico acima. Além disso, sua volatilidade é ligeriamente inferior, sendo uma excelente opção ao investidor do ponto de vista de diversificação, pois permite o acesso a diversos segmentos imobiliários americanos e globais e com liquidez diária elevada.

Ainda é um desafio para a maioria dos investidores locais investirem em REITs nos EUA, em razão da necessidade de abertura de contas em corretoras locais, impactos fiscais no Brasil e no exterior, menor acesso a informações locais, entre outros fatores. A RBR está bastante focada em se aprofundar no mercado de REITs e pretende, em breve, apresentar um produto que permita o acesso do investidor local a tais oportunidades.


ESG: a mensagem é clara (mas pouco compreendida pela indústria imobiliária)
O compromisso com a sustentabilidade está se tornando absoluto em todas as indústrias, e não é diferente para os escritórios. As mais diversas empresas já se comprometeram a zerar as emissões de carbono até 2050 (prazo em que os especialistas indicam como limite para zerar as emissões e evitar efeitos piores ao clima), com muitas delas colocando metas ousadas já para 2030. O tema, na verdade, não é novo. O Google, por exemplo, se diz neutro em emissões de carbono desde 2007.
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16 / 09 / 2021 5 min de leitura
(Tijolo = Investimento Imobiliário = Imóvel) + (CRI = Investimento Imobiliário = Renda Fixa)
A frase acima surge da provocação que queremos fazer a você, investidor. Entendemos que uma maneira de se expor ao mercado imobiliário de forma eficiente e segura é combinar investimentos em imóveis (tijolo) e papel/CRI (renda fixa) - opções de investimento diferentes, mas complementares, algo essencial especialmente num país tão instável como o Brasil.
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26 / 08 / 2019 5 min de leitura
Fundos Imobiliários X Títulos Públicos – Renda Fixa é realmente livre de risco?
Será que, realmente, um Título Público é menos arriscado do que um FII? Quero propor uma abordagem diferente para demonstrar um aspecto que muitos investidores não se dão conta. Você deve analisar e entender os dois principais tipos de riscos que está exposto ao comprar um ativo.
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