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Mercado logístico: Vento em popa
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Bluemacaw Gestora de Recursos Ltda (Celina_)

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Publicado em
17 / 05 / 2021
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Por Roberto Dib, Sócio e Portfolio Manager BlueMacaw Renda+ FoF


O mercado logístico segue como uma das principais promessas para investimentos imobiliários em 2021, tanto pelo seu perfil de risco, quanto pelo potencial de valorização de médio e longo prazo. Muito se tem falado sobre a resiliência do setor e de como o e-commerce tem sustentado a diminuição da vacância a níveis históricos. Entretanto, é importante diferenciar as opções de investimentos disponíveis no mercado, em especial, compreendendo quais os ativos de fato vão se beneficiar de tal tendência secular, ou do crescimento observado a longo prazo, apresentando menor risco de vacância e potencial de valorização.


A vacância do setor logístico no 1T21 está em torno de 13% no Brasil[1], com algumas regiões mais estratégicas apresentando vacância de até 1%. A demanda para o novo estoque vem de empresas dos mais diversos setores da economia, mas, em especial, do setor de e-commerce, que tem demandado galpões em localizações estratégicas e características ideais para suas operações.


O percentual das vendas do e-commerce em relação à receita do varejo total deverá seguir aumentando globalmente, saltando de 16% em 2020 para 22% em 2023[2]. No Brasil, a penetração do e-commerce está atualmente em 10%[3] e a expectativa de mercado é que aumente para 14% nos próximos 4 anos, o que representa um incremento de 40% da demanda atual. Tal aumento impacta diretamente o setor logístico, uma vez que a operação online demanda (i) até 3,0x[4] mais estoque que o varejo tradicional; e (ii) ativos bem localizados que permitam a entrega expressa, o que se tornou um diferencial competitivo.


Grandes varejistas de omnichannel, que misturam todos os canais de vendas em um única experiência para os clientes, com forte presença de e-commerce, tem cada vez mais interiorizado o fullfilment , ou seja o conjunto de operações e atividades desde o pedido do cliente até a entrega dos produtos, como um diferencial competitivo sendo que dentro da matriz de custo logístico o aluguel representa apenas 5% do custo total[5].


Os FIIs Logísticos negociam hoje com um prêmio para a média do mercado[6](Dividend Yield Logística: 6,2% vs. Mercado: 7,0%) sustentados pelo risco menor de vacância e pelo potencial de ganho de capital, como foi demonstrado recentemente com a venda de ativos de alguns portfólios públicos. Além disso, o spread atual médio[7] entre o dividend yield (últimos 12 meses) dos FIIs logísticos e a taxa livre de risco está em 287 bps, em linha com a média histórica e acima do spread análogo a mercado dos EUA de 146 bps, ou seja, há espaço para valorização.


No entanto, é importante se posicionar de forma assertiva no setor. O risco é mitigado pela tendência secular relacionada ao e-commerce apenas para ativos aderentes a esse tipo de operação. Alguns ditos “FIIs Logísticos” são compostos por ativos industriais que são específicos para a operação do locatário atual, ou ativos com localização secundária/terciária e especificações que teriam grande dificuldade de locação no caso de uma vacância, independente do nível de preço ofertado.


IMAGEM 1: BM LOG – SÃO BERNARDO DO CAMPO
BM Log - São Bernardo do Campo

Ao analisar portfolios logísticos, o investidor deve entender qual o perfil dos ativos sobre as seguintes óticas:
(i) Localização: quanto mais próximo dos centros urbanos mais positivo do ponto de vista do varejo online, em especial para cidades com mercado consumidor relevante como São Paulo e Rio de Janeiro;
(ii) Pátio de Manobra: galpões ideais para a operação de e-commerce devem suportar alto trânsito de carretas e V.U.C.s (vans e carros de menor porte), demandando espaço de manobra;
(iii) Piso e Pé-direito: para gestão logística moderna é importante a qualidade do piso para utilização de maquinário de precisão, com capacidade de mais de 5 ton/m² e pé direito de pelo menos 12 metros, permitindo a estocagem vertical;
(iv) Docas: dado o perfil intenso do tráfico de produtos neste tipo de operação, é importante um bom número de docas para a entrada e saída de produtos; entre outros fatores como sprinkler, distância entre pilares, eficiência de ocupação entre outros.


No gráfico abaixo é possível notar que existem FIIs aderentes ao e-commerce, com retornos similares aos FIIs com perfil mais industrial, criando oportunidades de investimento interessantes, com risco inferior.


GRÁFICO 1: ADERÊNCIA AO E-COMMERCE DOS PRINCIPAIS FIIS LISTADOS
Fonte: Bluemacaw

Quando se está investindo, é sempre oportuno analisar e levar em consideração se os ativos e os portfolios estão suportados e posicionados para aproveitarem essas tendências seculares, pois elas tendem a beneficiar os retornos e a valorização destes investimentos. Ativos que juntem boa qualidade nos padrões construtivos e boa localização, são os que conseguem aproveitar integralmente este vento em popa, chegando mais longe e mais rápido.



[1] Cushman & Wakefield; [2] eMarketer; [3] MCC-ENET; [4] Prologis Research; [5] Deloitte, AT Kerney, IMS Worldwide, resultados de companhias abertas, Prologis Research; [6] Último dividendo Mar/21 anualizado dividido pelo valor de mercado; [7] Economática, data-base: 31/Mar/21; [8] Nota BlueMacaw de aderência dos ativos ao e-commer mercado-logistico-vento-em-popa_end.jpg ce leva em conta localização, especificações e locatários atuais dos ativos compostos pelos FIIs de mercado; [9] Último dividendo anualizado dividido pelo valor de mercado data-base: 31-Mar-2021.


Fundo de Fundos: uma alternativa de diversificação para investidores de FIIs
Uma dúvida muito recorrente entro os investidores iniciantes em fundos imobiliários é sobre a alocação nos fundos de fundos ou “FOFs” (Fund of Funds). Quais as possíveis vantagens em investir em um FOF? Os fundos de fundos que investem em cotas de FIIs são uma alternativa para investidores com poucos recursos e que desejam uma grande diversificação. É necessário entender que esse tipo de fundo é um importante veículo de investimentos para determinados perfis e que podem compor a carteira dos investidores mais experientes e qualificados em muitas situações.

O gestor tem que demonstrar que realmente realiza uma gestão ativa e performa no longo prazo acima do seu benchmark. Caso não performe ou não comunique de forma objetiva suas estratégias é melhor o investidor avaliar de forma cuidadosa a manutenção desse fundo em sua carteira.
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Home-Office (“HO”) e seus impactos nos escritórios
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