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CRIs High Grade ou High Yield? Quem define?
POR
Nathan Octavio (Nod)

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Publicado em
25 / 11 / 2021
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educador financeiro
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Recentemente, fazendo um atendimento particular a uma investidora, ela me perguntou o que diferencia um CRI High Grade de um High Yield. É uma pergunta bastante comum, então eu já comecei com a explicação clássica: que os papéis High Grade têm uma classificação de risco melhor, com maiores níveis de garantia, com contratos mais sólidos, imóveis de tipologi-as e localizações mais líquidas; já os CRIs High Yield são apoiados em operações menos tradi-cionais, com maior nível de risco, garantias menos robustas, etc. Mas foi a pergunta seguinte que me deu a inspiração para este artigo: “E quem é que define se as garantias são robustas ou se os imóveis são líquidos o suficiente para classificar aquele CRI como High Grade ou High Yield?”.


Claro que existem casos relativamente óbvios. Um CRI sobre um contrato atípico de uma empresa multinacional com excelente risco de crédito e garantido por um galpão a 10km de São Paulo com LTV de 50% pode ser facilmente intitulado como High Grade. Já um CRI para a construção de um hotel em uma região que não tem tradição de turismo e contando apenas com aval dos sócios não gera muitas dúvidas de que se trata de um ativo High Yield. Mas e o meio do caminho?


Alguns poucos CRIs contam com classificação de agências de risco, que atribuem uma nota considerando todos os critérios que já mencionamos e muitos outros. Mas os custos para contratar esse tipo de avaliação são relativamente altos. Geralmente só CRIs de valor muito alto que contratam esse tipo de serviços e apenas se for algo demandado por algum investi-dor institucional – muitas vezes estrangeiro – que tem alguma exigência desse tipo de classificação.


Para a maioria dos casos, a classificação é apenas a opinião do gestor sobre o nível de risco daquele determinado ativo. Então eles podem criar qualquer critério ou classificação para definir isso. Alguns gestores, inclusive, mostram em seus relatórios “réguas” com diversos níveis de classificação e informando qual a nota mínima. Mas essa modelagem não passa por nenhum tipo de validação ou auditoria externas, nem existem nenhuma norma da CVM sobre isso.

E, com isso, vão se criando mais e mais classificações e nomenclaturas. Agora, além das classificações mais tradicionais que mencionamos até agora, vemos gestores falando termos como “middle-risk”, “higher-yield”, e outros semelhantes, na intenção de se mostrarem diferentes dos demais e chamar a atenção dos investidores.


Assim, como cada um avalia de um jeito por uma metodologia própria, podemos ter um mesmo CRI recebendo classificações diferentes por diferentes gestores. E nenhuma estará errada, já que cada um estará certo dentro da sua classificação. Naturalmente, isso vai se refletir nos FIIs de CRI. Você pode ver dois fundos que se chamam de High Grade com taxas médias bem diferentes. Isso não quer dizer, obrigatoriamente, que um consegue negociar taxas melhores: pode ser apenas o fato de que ele admite certos ativos com menores níveis de garantias que outro mais conservador.


Para o pequeno investidor, minha sugestão é entender que não existe uma linha rígida que define se um CRI é de alto risco ou baixo risco. Não é uma classificação “preto ou branco”: tudo é uma longa escala de cinzas. E é apenas estudando, comparando relatórios, assistindo entrevistas, lives, participando de debates, que se vai, aos poucos, desenvolvendo as competências para, aos poucos, entender a mentalidade do gestor e quanto você está confortável em alocar seu capital naquela estratégia.

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