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A relação entre mercado imobiliário e mercado de capitais
POR
Ricardo Almendra (Ralmendra)

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Publicado em
17 / 06 / 2019
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CEO e Fundador RBR Asset
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A relação entre mercado imobiliário e mercado de capitais

Vivemos uma fase de transição no país, com um novo governo de tendência mais liberal no plano econômico. Com uma possível redução do tamanho do Estado, é fundamental para o desenvolvimento do país criar regras e segurança jurídica em todos os setores, para o crescimento do mercado de capitais brasileiro, gerando, assim, confiança e novos investimentos.

Trazemos para análise alguns dados comparativos entre Brasil e Estados Unidos, país referência em termos de desenvolvimento imobiliário. Vejamos especialmente dois dados: crédito imobiliário e fundo imobiliário.

No Brasil, o crédito imobiliário/PIB atual está em 8,7%, segundo dados do Banco Central (Bacen). Este indicador vinha num crescente desde 2007, quando saiu do patamar de 2%, porém começou a estagnar no momento em que o país entrou em recessão (2014-2016). Houve queda importante na concessão de crédito tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica...

Como referência, nos EUA, o mesmo indicador se situa em 75%. Em outros países, como Holanda e Espanha, o crédito/PIB gira na casa de 60%. Claramente, estamos muito longe do patamar ideal para o desenvolvimento do mercado imobiliário.

Ainda em crédito imobiliário, é impensável imaginar que o setor público continue representando cerca de 60% do financiamento total disponível do setor imobiliário, de acordo com dados do Bacen. Para um crescimento de longo prazo sustentável, é necessário que o setor privado assuma papel relevante.

Neste sentido, há uma luz no fim do túnel para o desenvolvimento do setor imobiliário, vinda de instrumentos de dívida como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), FIIs (Fundos de Investimento Imobiliários) e a “novata” LIG (Letra Imobiliária Garantida).

Destes, o mercado com maior potencial de crescimento, possivelmente o principal vetor de avanço para a virtuosa simbiose entre mercado imobiliário e mercado de capitais, é o de FIIs. Como referência de tamanho, os FIIs nos Estados Unidos, conhecidos por REIT (Real Estate Investment Trust), têm valor de mercado de US$ 1 trilhão, ou 5% do PIB dos EUA. Em contrapartida, este mesmo mercado [FIIs] no Brasil soma um valor de mercado de R$ 55 bilhões, ou seja, menos de 1% do PIB brasileiro.

A despeito desta baixa representatividade, o mercado de FIIs tem crescido a passos largos no Brasil. Saímos de 10 mil investidores neste veículo em 2010 para 200 mil em 2018. E, hoje, 285 mil investidores pessoas físicas investem no setor via FIIs. Mantida esta força de crescimento, é provável que, em menos de três anos, tenhamos mais investidores no Brasil em FIIs que em ações da B3.

Intuitivamente, este movimento é razoável dado o “amor” do brasileiro por imóvel bem superior ao mundo de ações. Os FIIs podem ser um excelente instrumento de Previdência ao investidor, assim como os REITs são nos EUA, onde aproximadamente 25% das pessoas investem neste veículo, segundo a Nareit (National Association of Real Estate Investment Trusts).

O paralelo entre os números de crédito imobiliário e fundo imobiliário Brasil versus EUA mostra o potencial que a nossa pátria tem em se desenvolver. E mais, isso não é algo apenas desejável, mas sim necessário para o sucesso de qualquer país.
Mercado logístico: Vento em popa
O mercado logístico segue como uma das principais promessas para investimentos imobiliários em 2021, tanto pelo seu perfil de risco, quanto pelo potencial de valorização de médio e longo prazo. Muito se tem falado sobre a resiliência do setor e de como o e-commerce tem sustentado a diminuição da vacância a níveis históricos. Entretanto, é importante diferenciar as opções de investimentos disponíveis no mercado, em especial, compreendendo quais os ativos de fato vão se beneficiar de tal tendência secular, ou do crescimento observado a longo prazo, apresentando menor risco de vacância e potencial de valorização.
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Bluemacaw Ltda
17 / 05 / 2021 5 min de leitura
O yield dos FIIs e os indexadores dos ativos
No ano de 2020, o CDI acumulou 2,8%, o IPCA registrou 4,5% e o IGPM saltou 23,1%. No passado, se medido contra o IGP-M, o CDI já havia produzido juro real negativo em 2019, e também em 2002, quando o dólar avançou bastante pela incerteza acerca do governo do PT que se avizinhava. Porém, há dois ineditismos no comportamento dos indexadores em 2020, quais sejam: (i) o CDI perfazendo juros reais negativos contra o IPCA, e (ii) uma diferença de quase 20 pontos percentuais entre as leituras do IGP-M e do IPCA (como referência, em 2002 a diferença foi de aproximadamente 13 pontos percentuais).
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Mariano Andrade
27 / 02 / 2021 5 min de leitura
De onde viemos, onde estamos e para onde vamos?
O grande questionamento da humanidade, apesar de não termos uma resposta filosófica para o ser, o artigo teoriza neste sentido sobre a situação do mercado imobiliário brasileiro.
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Daniel Malheiros
11 / 04 / 2019 5 min de leitura
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